Este blog serve para divulgar as iniciativas dos CNO Gustave Eiffel da Amadora. Sugerimos aos novos utilizadores que utilizem a barra da direita...
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Curtas de 2008
No dia 6 de Novembro, nas instalações da Escola Profissional Gustave Eiffel de Arruda dos Vinhos, foram entregues os diplomas referentes ao nível Básico e nível Secundário dos adultos certificados através do Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências em Regime Itinerante. A entrega envolveu mais de 90 adultos e contou com a presença da Vereadora da CM de Arruda, Dra. Gertrudes Cunha, e do Director-Geral da Cooptécnica Gustave Eiffel, Eng.º Adelino Serras.
No dia 19 de Novembro, nos Paços do Concelho de Odivelas, foram entregues 60 diplomas a adultos certificados pelo Processo de RVCC (Básico e Secundário) em Regime Itinerante. A entrega contou com a presença da Presidente da Câmara de Odivelas, Susana Amador e do Vice-Presidente da Câmara, Sérgio Paiva.
Nos dias 19 a 21 de Novembro recebemos os parceiros ingleses, franceses, polácos e checos do Projecto Europeu Grundtvig "Empowerment Crossing Borders", cujo objectivo é a partilha de diferentes estratégias de promoção da igualdade de oportunidades, educação de adultos e de empowerment de grupos em risco de exclusão. No âmbito do seminário, no dia 20 os parceiros visitaram o CNO Gustave Eiffel, tendo sido feita uma apresentação em língua inglesa do Projecto Novas Oportunidades e do Processo de RVCC pela Directora do CNO, Dra. Rute Mendonça.
Poema de uma adulta certificada
Que o sonho comanda a vida,
alguém duvida?
Eu não!
Sei que importa persistir,
acreditar,
esperar.
Não desistir!
Foi o que fiz toda a vida
e continuo a fazer.
Talvez não tenha marcado aos meus sonhos
uma data
para que se concretizassem!
Chegam ao sabor da maré,
tão livres como também é
a minha forma de ser.
Hoje, realizo um dos grandes,
que sempre me acompanhou
e, estou muito feliz!
Tão feliz, como quem tem
aquilo com que sonhou.
Agualva, Dezembro de 2008
Felismina Mealha
Nível Básico - Agradecimento de um Adulto
José Alberto Pires da Graça Borges
30C1
Para:
Centro de Novas Oportunidades
Gustave Eiffel
Por vezes tenho dificuldade para escrever uma carta de agradecimento. No entanto, hoje, considero regra básica de educação agradeçer por escrito a oportunidade que me foi concedida. Um dos problemas para se redigir uma carta de agradecimento é apenas imaginário. Podemos achar meio estranho dizer Obrigado! Mas é melhor do que não dizer nada. Um tom sincero é o mais importante que o tamanho da carta.
Não sei como agradeçer.
Sinto-me profundamente grato pela atenção dispensada por parte de todas as pessoas envolvidas no meu processo, foco em particular a profissional, Maria João Caetano, que fez o acompanhamento dos meus trabalhos durante o processo, da melhor forma e atenção, com um dialgo sempre muito lúcido, de onde retirei todas as dúvidas que fui encontrando.
Afinal, as horas passadas diariamente junto do computador, a preparar todo o meu portefólio, a verificar se estavam bem organizado, não tinha sido de mais, mas sim enriquecedoras.
Agora concluído o meu processo de RVCC, que muito vai contribuir para o meu aprofeiçoamento profissional e pessoal. Espero poder retribuir e realizar alguns sonhos profissionais de onde tenho certeza vir a ajudar outros também nas suas formações.
Não seria exagerado afirmar que, graças principalmente a vocês esta oportunidade se tornou realizável, onde espero ter contribuido da melhor forma. Tenho certeza que sim.
Um cumprimento com muita gratidão,
José Borges
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Comunicado - ODIVELAS e SINTRA
O Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel da Amadora, tem vindo a estabelecer parcerias estratégicas no sentido de aumentar a rede de oportunidades de qualificação a um maior número de adultos.
Como tal este Centro assinou um protocolo de cooperação com a Câmara Municipal de Odivelas, no ano de 2007, numa altura em que não existiam outros Centros a funcionar naquele concelho a uma distância razoável do Centro do município. Recentemente verificamos que foram criados já vários Centros no mesmo, não fazendo sentido a continuidade da itinerância nos moldes em que era realizada.
De igual modo, e tendo em conta que, face ao número de Centros a operar no Concelho de Sintra, não há necessidade de continuar o trabalho que estava a ser desenvolvido quer nos espaços da entidade instituidora do Centro em Queluz e Ouressa – Mem Martins, quer nos espaços da Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos.
Tendo em consideração o elevado número de inscrições que este Centro recebeu nos referidos Concelhos, o que resultou numa lista de espera que em muito condicionou o trabalho célere da equipa do CNO Gustave Eiffel da Amadora, tendo também em conta as orientações da Agência Nacional para a Qualificação e reuniões tidas com a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo no que diz respeito à Gestão de Inscritos, o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel da Amadora decidiu reduzir alguns dos campos de itinerância na NUT III Grande Lisboa, nos quais se inclui a itinerância realizada nas instalações do CAELO em Odivelas, e as itinerâncias realizadas no Concelho de Sintra.
Assim, o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel irá:
1. Contactar todos os adultos inscritos junto dos serviços de Odivelas e Sintra que não realizaram ainda os procedimentos de Diagnóstico, Triagem e Encaminhamento assim como com todos os adultos encaminhados para Processo de RVCC informando sobre a existência de outros CNO nas referidas localidades, e assim incentivar e promover a transferência de todos os adultos que o solicitem para um CNO próximo da sua área de residência com uma lista de espera menor.
2. O CNO Gustave Eiffel não irá aceitar mais inscrições em itinerância naqueles concelhos.
3. Prosseguir com as Acções de Processo de RVCC de acordo com os Protocolos de Cooperação estabelecidos até que as pessoas que estão actualmente em processo sejam certificadas total ou parcialmente, de forma a não prejudicar o processo de qualificação desenvolvido até aqui.
Esperamos que desta forma seja possível encontrar soluções de qualificação atempada e com qualidade para todos os adultos.
A Directora do CNO Gustave Eiffel,
Rute Mendonça
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Dia da Unidade - Centro Militar de Electrónica
O CME tem como missão garantir o apoio geral de manutenção ao Exército, nas áreas dos equipamentos eléctricos, óptica, optrónica e sistemas de comunicações.
No dia 10 de Outubro procedeu-se a uma pequena cerimónia de homenagem aos militares e civis falecidos, seguida dos discursos do Comandante da Unidade, Coronel TM (Eng.º) Fernando Cunha dos Santos Pinto e do TGEN QMG, sendo distribuidas algumas medalhas a militares do CME.
Embora o dia tivesse um cariz fundamentalmente militar, foram também entregues os primeiros quatro Diplomas de Ensino Secundário a militares e civis que, abrangidos pelo Protocolo de Cooperação, frequentaram e concluíram com sucesso o Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências de Nível Secundário. Salientou-se assim a importância que tem para esta unidade, em particular, e para o Exército, em geral, a qualificação dos seus activos militares e civis. Num contexto nacional em que as qualificações de Portugueses e Portuguesas está na ordem do dia, é fundamental haver iniciativas que fomentem a adesão de todos os jovens e adultos a percursos que lhes permitam adquirir níveis de certificação superiores, pelo que agradecemos o convite que nos foi endereçado e fazemos votos para que esta parceria continue a ser tão produtiva como até aqui.
Rute Mendonça
Directora CNO Gustave Eiffel
Amadora
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Dar voz aos nossos adultos...
Eis algumas das frases por eles proferidas…
“Muitas pessoas me disseram que não valia a pena vir fazer o processo, mas eu, como gosto de desafios, decidi apostar nisto e agora para essas pessoas eu tenho o meu Portefólio Reflexivo de Aprendizagem que comprova o meu esforço mas também o meu valor.”
(Ana Isabel dos Santos)
“As pessoas são válidas até quererem.”
(Fernando Soares)
“Dizer que não sei, responder a alguém que não posso ajudar, não é para mim, por isso tive de ir aprendendo ao longo da minha experiência, para poder estar sempre à altura dessas exigências. Graças a isso passei todos os testes, mas não fui aceite para frequentar uma formação porque não tinha a escolaridade necessária. Tenho uma porta entreaberta, falta-me escancará-la, talvez isso agora aconteça com o 9º ano.”
(Filipe Pereira)
“Vim fazer este processo apenas por uma questão de valorização pessoal, porque felizmente os meus superiores conhecem bem as minhas capacidades e sabem do que eu sou capaz.”
(José Basílio)
“Sempre me disseram que eu tinha dificuldades de aprendizagem, por isso acabei por desistir da escola e comecei a trabalhar. A construção deste Portefólio deu-me muito trabalho, mas também me valorizou, porque aprendi coisas novas e percebi que talvez tenha mais valor do que julgava.”
(Bruno Roldão)
De uma forma geral todos estes adultos destacaram a importância que teve a Profissional de RVC, pela forma como os motivou e encorajou, para que os sentimentos mais derrotistas, que em certos momentos os invadiram, não os demovessem deste processo.
Para nós, membros deste Júri, é com orgulho e muita serenidade que certificamos as competências destes adultos (e de todos os outros a quem não demos voz neste blog), com uma equivalência mais que justa ao 9º ano de escolaridade, a qual lhes permitirá certamente agora desbloquear as suas vidas aos mais diversos níveis, dependendo das suas expectativas individuais.
O que sentimos verdadeiramente é que ontem os libertámos de qualquer coisa que até aqui os impedia de prosseguir com muitos dos seus sonhos… E isso é, sem dúvida, uma grande recompensa pelo nosso trabalho, porque a nós incumbe-nos uma missão, bastante elevada, de fazer dos nossos cidadãos, cidadãos mais plenos.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Cursos EFA abrem na EP Gustave Eiffel
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Video do 2º Aniversário do CNO Gustave Eiffel - Amadora
terça-feira, 2 de setembro de 2008
A Filosofia no Processo de RVCC
Para quem pensa que a filosofia é só para académicos, engana-se.
Em toda a minha existência sempre me deparei com duas expressões tipo: "A filosofia não serve para nada!" ou "A filosofia está sempre presente no nosso dia-a-dia."
Na verdade, hoje em dia também tenho a minha opinião, nomeadamente desde que trabalho como formadora de Cidadania e Profissionalidade no Processo de RVCC.
Sem tocar em filosofias e filósofos, a filosofia vem até mim através de pessoas experientes em que a sua escola foi a vida. Aquando confrontadas com a palavra filosofia, só exclamam: “Por favor, isso não!”. Na realidade têm razão, a filosofia não passa de um bicéfalo, algo intocável, inatingível, e num mundo cada vez mais competitivo como o nosso, será que a filosofia serve realmente para alguma coisa?
Mas a posteriori, o que venho a constatar é que é pela mão dos meus Adultos que a filosofia chega novamente até mim. Quando os confronto com as competências que adquiriram ao longo das suas vidas as respostas são: “Eu não aprendi nada!”; “Eu não sei nada!”; “Eu exerço a mesma profissão há vinte anos!”, neste momento sou tentada a realizar uma comparação. Apesar de catalogarem-se de desconhecedores, a sabedoria está em todos eles, grandes sábios com tanto para nos ensinar. Faz lembrar o velho lema de Sócrates “Só sei que nada sei!”.
Cada Portefólio, cada Autobiografia, estão carregados de reflexões filosóficas, com as quais eu me deleito enquanto vagueio pelas suas histórias de vida. Deparando-me com reflexões éticas, às quais Aristóteles, Kant, Stuart Mill, entre outros, ficariam boquiabertos.
Uma das questões que é constantemente abordada é a questão da moral. Como se encontra a moral nos dias de hoje? Constatamos que os valores são mutáveis, mas quererá isto dizer que a moral acabou? Esta é uma questão pertinente pois, para muitos a moral acabou, mas na realidade, o que verifico junto dos meus Adultos é que estamos numa época em que a vida social está em rápida mutação, em que a transformação dos costumes é acelerada. A moral não acabou, as normas tradicionais é que caíram em desuso. Pois se a moral consiste em sermos uns com os outros, só somos sujeitos morais, quando estamos atentos à alteridade (aos outros). Temos de abraçar os outros (humanos, animais, ambiente), pois são estes que nos permitem assumir a nossa dignidade enquanto pessoas. A pessoa constrói-se na relação de reciprocidade, de intercâmbio de ideias, de valores, e de experiências. E isto ainda não acabou… Aliás, atrevo-me a dizer que isto é o RVCC.
Eu, com os “meus outros” (Adultos) tenho aprendido que “a filosofia não é um longo rio tranquilo onde cada um pode pescar à linha a sua verdade. É um mar no qual mil ondas se confrontam, onde mil correntes se opõem, se encontram, às vezes se misturam, se separam e se voltam a encontrar, opondo-se de novo… Cada um navega como pode e é a isso que chamamos filosofar.” Afinal, a filosofia não é mais do que a vida…
Texto de Mara Vagos
Formadora de CP
CNO Gustave Eiffel - AMADORA
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Enfim de volta ao trabalho!
Em primeiro lugar, é necessário dar as boas vindas e apoiar aos novos colegas que hoje iniciam a sua carreira no âmbito do programa Novas Oportunidades. Abrem hoje novos Centros, os quais esperávamos ansiosamente pois eles vão contribuir para o estreitamento das relações da rede Novas Oportunidades, contribuindo para um crescimento quantitativo e qualitativo do programa. Também hoje o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel da Amadora recebe novos elementos de equipa aos quais procuraremos fornecer toda a formação necessária, esclarecer dúvidas, esperamos discutir boas práticas, ouvir sugestões de melhoria e minorar medos e ansiedades. Bem-vindos!
Depois, é necessário avaliar e reflectir sobre o impacto da acção desenvolvida pelo Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel nos primeiros oito meses do ano, com o intuito de melhorar a qualidade do serviço prestado à comunidade, corrigindo os erros do passado e retomando uma imagem de credibilidade e segurança para os adultos.
Finalmente mas não menos importante, é preciso pensar como cada um de nós, equipa, pode melhorar a experiência de cada adulto que recorre ao Centro Novas Oportunidades e contribuir para a sua valorização pessoal e profissional, construindo com cada um o seu percurso de qualificação de sucesso. Devemos mobilizar a energia captada durante as férias, arregaçar as mangas e, com a certeza de que contribuímos para uma sociedade mais justa, pôr as mãos ao trabalho!
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
CNO Gustave Eiffel Amadora: Resultados do Inquérito de satisfação
terça-feira, 29 de julho de 2008
Almoço de Verão
Contamos ainda com a presença dos elementos da Direcção da Cooptécnica Gustave Eiffel que brindaram a equipa com elogios e desafios para o segundo semestre do ano.
1 ano de blog
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Primeiro Júri na Escola de Tropas Pára-Quedistas
No passado dia 16 de Julho a equipa técnico-pedagógica do Centro deslocou-se à Escola de Tropas Paraquedistas em Tancos para realizar o primeiro Júri de Certificação de Nível Básico ao abrigo do protocolo celebrado com a unidade militar. Estiveram também presentes os elementos do Balcão de Atendimento Novas Oportunidades da Escola Profissional Gustave Eiffel do Entroncamento. A sessão solene decorreu no auditório da ETP.
Foram certificados com o Nível B3 (equivalente ao nono ano de escolaridade) cinco militares desta unidade.
Após o Júri, houve uma visita ao museu da unidade e um almoço comemorativo do acto.
Portefólio Reflexivo de Aprendizagens
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Primeiro Júri de Secundário em Arruda
Foram concluídos com êxito processos de “justiça social”, foi assim que o Dr. José Remédios caracterizou o processo de RVCC, fazendo referência ao facto de muitos dos adultos presentes no júri não terem concluído os seus estudos num percurso regular, porque nos seus contextos escolares e familiares, o 9º ano era realmente o máximo das habilitações possíveis de alcançar, ou ainda ao facto das funções e as competências profissionais dos adultos justificam largamente uma habilitação de nível secundário.
E para provar, mais uma vez, que com os adultos e a sua riqueza de competências a equipa aprende sempre algo e fica mais rica, gostaria de chamar a atenção para um comentário feito na sessão de júri por um adulto, que deve motivar-nos a uma, nem que breve, introspecção. O adulto referiu, no contexto da sua apresentação, que passou tantos anos concentrado no seu trabalho e ocupações de carácter social e quando se apercebeu, tinha também perdido algumas oportunidades, pessoais e profissionais, de enriquecimento e actualização ao nível da formação. E essa questão diz-nos respeito a todos, profissionais em geral, trata-se da extrema necessidade de pararmos para pensar no momento em que descurámos a procura e o investimento em novos conhecimentos e qualificações, o momento a partir do qual ficámos tão absorvidos na nossa vida profissional que deixámos de investir em novas aprendizagens e novas qualificações.
Numa sociedade cada vez mais complexa e exigente, é imperativo apostar na formação e qualificação, nada disto é novo, mais, é óbvio que não deixámos de aprender, não deixámos nunca de mobilizar novas competências, contudo, a justiça social que, de alguma forma, o processo de RVCC permite, exige que estejamos despertos para não perder mais oportunidades e para continuarmos a investir na qualificação. Os projectos futuros apresentados pelos adultos certificados provam que o Processo de RVCC não deve ser visto como o final da vida académica, mas sim como uma oportunidade para repensar e reinvestir cada vez mais com qualidade e exigência na qualificação e formação profissional, porque podemos e devemos ser sempre melhores!
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Novo Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel
terça-feira, 1 de julho de 2008
Um processo não só justo mas necessário…
“Em vez de umas quantas propostas arrojadamente gratuitas sobre e para uso do terceiro milénio, que logo ele, mais do que provavelmente, se encarregará de reduzir a cisco, por que não nos decidimos a pôr de pé umas quantas ideias simples e uns quantos projectos ao alcance de qualquer compreensão? Estes, por exemplo, no caso de não se arranjar coisa melhor: a) desenvolver desde a retaguarda, isto é, fazer aproximar das primeiras linhas de bem-estar as crescentes massas de população deixadas atrás dos modelos de desenvolvimento em uso; b) suscitar um sentido novo dos deveres humanos, tornando-o correlativo do exercício pleno dos seus direitos; c) viver como sobreviventes, porque os bens, as riquezas e os produtos do planeta não são inesgotáveis; d) resolver a contradição entre a afirmação de que estamos cada vez mais perto uns dos outros e a evidência de que nos encontramos cada vez mais afastados; e) reduzir a diferença, que aumenta em cada dia, entre os que sabem muito e os que sabem pouco. Creio que é das respostas que dermos a questões como estas que dependerá o nosso amanhã e o nosso depois de amanhã. Que dependerá o próximo século. E o milénio.” (in Notícias do Milénio, 1999).
A referida sessão de Júri contou com candidatos ao nível B3, equivalente ao 9º ano de escolaridade, que tinham uma média de idades compreendida entre os 40 e os 45 anos, geração designada pelo Dr. Rodrigo Gomes, avaliador externo, como a “geração das não oportunidades”, precisamente por lhes ter sido retirado o direito à educação num tempo em que o 4º ano de escolaridade era considerado mais que suficiente e era suposto começar-se imediatamente a trabalhar, mesmo que essa não fosse a vontade do indivíduo.
Uma das adultas certificadas neste Júri referiu que: “Não poder estudar ficou-me atravessado, por isso o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências foi muito bom para mim, porque me sinto mais valorizada e com ânimo para continuar a estudar, tal como sempre sonhei.”
Neste sentido, o Dr. Rodrigo Gomes sublinhou que este processo baseia-se na Igualdade de Oportunidades, conferindo legitimidade às competências adquiridas e desenvolvidas pelos adultos ao longo da vida e permitindo-lhes ficar em igualdade de circunstâncias perante aqueles que tiveram um diferente acesso à educação, ou seja, permitindo-lhes uma justa progressão na carreira, o que até aqui não acontecera não por falta de capacidades, mérito ou competências, mas simplesmente por falta de um certificado. Assim, a determinação que leva estes adultos a submeterem-se a um processo destes é um contributo imprescindível para o desenvolvimento das instituições/empresas com que colaboram, pois valoriza os seus recursos humanos, qualificando a sociedade em geral.
Portanto, este processo elimina barreiras que levam nomeadamente à exclusão (a qualquer nível) e ao subdesenvolvimento económico e social.
O Dr. Rodrigo Gomes caracterizou ainda o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências como um processo reflexivo e analítico, que conduz a uma autodescoberta, já que cada adulto fica a conhecer-se melhor, reconhecendo em si mesmo as competências adquiridas e desenvolvidas que o valorizam e distinguem dos outros, daí que o processo seja também estruturante.
Quanto a nós, equipa que acompanhou estes adultos, cabe-nos reconhecer também os ensinamentos que eles nos transmitem através das suas experiências, escolhas e percursos de vida singulares: a consciência ambiental que os leva a reutilizar materiais e objectos para criar novas coisas, reciclando o que seria desperdício; a superação de dificuldades que lhes foram impostas para continuarem os seus percursos escolares; a consciência social que os leva a investigar sobre as crianças de rua de Angola; os esforços dos motoristas de transportes públicos que todos os dias tentam contornar a falta de civismo nas nossas estradas; as tarefas de uma alfandegária num tempo em que a Europa ainda tinha “fronteiras”; a adaptação a um país diferente, na sequência da emigração, ou a uma vida urbana, na sequência dos movimentos migratórios constantes do campo para a cidade; a gestão eficaz do tempo e a polivalência (o ser-se capaz de dedicar-se a tantas coisas ao mesmo tempo…).
Enfim, estas são apenas algumas das competências de alguns adultos que foram evidenciadas e validadas ao longo do seu processo… Sem o RVCC estas competências continuariam à margem de uma certificação, excluídas por uma sociedade que continua agarrada aos mesmos preconceitos e às mesmas concepções, enfim, uma sociedade que continua a sobrevalorizar os conhecimentos em detrimento das competências, apesar de só se desenvolver graças aos que têm estas e não aqueles. Na verdade, muitos ainda não sabem que as competências são também “saberes”, mas são-no em acção…
E, convenhamos, do que é que todos precisamos? Nada mais, nada menos do que acção, porque é necessário ultrapassar modelos de desenvolvimento caducados, criar novos modelos que assentem no exercício pleno de direitos e deveres, reduzindo as desigualdades sociais que ainda prevalecem e que por vezes parecem acentuar-se, contra as nossas expectativas. Daí ter citado acima o excerto de José Saramago… é que alguns anos depois, as suas sugestões continuam a fazer todo o sentido.
É nesta linha de acção que nós, equipas dos Centros Novas Oportunidades, nos envolvemos diariamente neste grande projecto, pois acima de tudo este é um processo não só justo, mas necessário ao desenvolvimento da nossa sociedade.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Realizou-se no passado dia 18 de Junho o primeiro Júri de Certificação de nível Básico na Câmara Municipal de Odivelas. Nesta sessão esteve presente o Director Geral da Cooptécnica Gustave Eiffel, Eng. Adelino Serras, a Directora e a coordenadora do ensino básico do CNO Gustave Eiffel, Dr.ª Rute Mendonça e Dr.ª Maria João Caetano (respectivamente) e a Coordenadora da UNIVA da Câmara Municipal de Odivelas, a Dr.ª Paula Gama. A mesa de júri foi constituída pelo Avaliador Externo, Dr. José Remédios, o técnico de RVCC, Dr. José Gomes, a formadora de Linguagem e Comunicação e Cidadania e Empregabilidade, Dr.ª Cláudia Vale, e a formadora de Matemática para a Vida e Tecnologias de Informação e Comunicação, Dr.ª Carla Garcia.
Os adultos que foram certificados nesta sessão salientaram a importância do RVCC no seu percurso já que não conseguiram ao longo das suas vidas terminar a escolaridade obrigatória devido à inadaptação ao sistema de ensino ou por dificuldades diversas (económicas, familiares, pessoais, …). Referiram também que agora se sentem muito mais motivados para continuar a sua formação.
Os Portefólios Reflexivos de Aprendizagem levados a júri por estes adultos estavam muito bem apresentados evidenciando a capacidade reflexiva, para além de reunirem todas as evidências necessárias ao nível B3 (equivalência ao 9º ano de escolaridade). Há ainda a destacar a originalidade na escolha dos temas de vida que estes adultos pesquisaram e apresentaram.
Por: Carla Garcia,
Formadora MV/TIC
terça-feira, 24 de junho de 2008
Entrega de Certificados pelo Primeiro Ministro
No passado Domingo, dia 22 de Junho de 2008, a Escola Profissional Gustave Eiffel da Venda Nova acolheu o evento nacional de entrega do Computador Portátil n.º 200.000 do Programa E-Escola, que contou com a presença do Sr. Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, da Sra. Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues e do Primeiro Ministro, José Sócrates. O Programa E-Escolas, é de particular interesse para o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, uma vez que permite a todos os adultos que frequentam o Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, a aquisição de um computador portátil com acesso à internet através de banda larga a preços muito reduzidos.
Durante a cerimónia, foram entregues, pelas mãos dos representantes do Governo, 35 Diplomas de Ensino Básico e Secundário aos adultos que frequentaram o Processo de RVCC no Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel. A Ministra da Educação referiu-se no seu discurso à importância dos do Programa Novas Oportunidades e da Iniciativa E-Oportunidades na qualificação dos Portugueses e saudou a actuação da equipa deste CNO.
No seu discurso, José Socrates, referiu a importância do Programa Novas Oportunidades para a qualificação dos portugueses e salientou o contributo que as escolas profissionais têm no âmbito do mesmo. Ainda, referiu-se ao Plano Tecnológico e anunciou o alargamento da Iniciativa E-Escolas aos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Centro Militar de Electrónica
No passado dia 16 de Junho, estivemos presentes no Centro Militar de Electrónica em Paço d'Arcos para a Primeira Sessão do Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências de Nível Secundário, a decorrer nas instalações do CME, com militares e civis da unidade. No seu discurso de abertura o Comandante do CME enalteceu o empenho dos adultos que "aproveitaram esta oportunidade para melhorar as suas qualifificações".
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Como a sociedade vê a diferença e a deficiência
O tema sobre o qual vos quero falar é como a sociedade vê e aceita a diferença e a deficiência. Este tema é um tanto ou quanto controverso, isto porque a sociedade não está minimamente preparada para aceitar o deficiente, assim como marginaliza o mesmo, que acaba por ser vítima de discriminação por parte do cidadão dito “normal”. Gasta-se muito dinheiro em coisas que por vezes não se justificam, como a construção de estradas e outro tipo de coisas, mas esse próprio dinheiro poderia em parte ser investido na inserção do cidadão deficiente na sociedade…
Este tema também é um tanto ou quanto problemático na medida em que não lhe é dada a devida importância. O que mais me revolta contudo é a forma como a sociedade continua a ver o cidadão deficiente.
Muitas das vezes o cidadão portador de uma deficiência sente-se mal quando vai a passar na rua, mas não só, também quando se dirige a algum estabelecimento do Estado (e todos sabemos que um deficiente tem de percorrer várias instituições para reclamar os seus direitos), onde é tratado de forma desigual, como um “coitadinho” ou um “Zé Ninguém”.
É por isto que eu digo que o cidadão portador de deficiência é vítima de injustiças por parte da sociedade, sendo que ele mesmo se sente mal perante si próprio, ou seja, sente-se envergonhado de si.
Isto revolta-me pois a sociedade não vê com “bons olhos” o cidadão deficiente, vê-o ora com indiferença, ora com preconceito e excesso de condescendência, o que repugna, sobretudo porque já fui e continuo a ser vítima de tudo isto… cada vez que me dirijo a alguma repartição pública ou particular sinto-me mal porque muitas vezes deixam de atender a pessoa que está à minha frente para me atender a mim, ao mesmo tempo que oiço as pessoas na fila a comentarem “coitadinho daquele aleijadinho”… isso caí muito mal para a pessoa que tem a deficiência, nem imaginam o quanto magoa. Por vezes basta-me olhar para o ar de pena com que me observam para perceber o que vai na cabeça da pessoa…
Os deficientes precisam que a sociedade os olhe com outros olhos, com olhos de gente, e não com olhos de indiferença e injustiça.
Ainda digo mais: há quem ainda olhe para os deficientes como cidadãos de segunda e é dessa forma que os tratam…
Porque é que a Cidadania e Empregabilidade foi tão importante para mim neste processo…
A cidadania foi muito importante para mim neste processo de reconhecimento, validação e certificação de competências porque relembrei muitas coisas que são muito importantes no nosso quotidiano e na sociedade na qual estamos inseridos. Além de reaprender, também desenvolvi muitas das competências que já tinha, como o espírito de equipa, o trabalhar em grupo, o respeitar os diferentes pontos de vista, assim como desenvolvi um pouco a capacidade de concentração, com alguns dos exercícios que tinha de resolver… tudo isto foi muito gratificante para mim e para o futuro que me espera, pois deu-me mais segurança, mais firmeza.
Quero desde já referir uma coisa muito importante neste processo: fiz novas amizades, que vou prezar muito para o resto da minha vida. É também por elas que decidi escrever este texto, com tanta dedicação e empenho.
Aproveito também para tecer alguns elogios a esta equipa maravilhosa do Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, que me acompanhou neste processo, desde o início até ao fim, nomeadamente a Técnica Tânia Soares e as formadoras Cláudia Vale e Carla Garcia, que já fazem parte daquele que eu considero o meu leque de amizades. O meu bem-haja às três por me terem ajudado a chegar aqui, pois sem elas provavelmente eu teria desistido deste processo. Graças à força que me deram eu não abandonei este barco e todas as fases do processo foram muito produtivas para mim. Fizeram-me andar de cabeça bem levantada e acreditar que sou capaz de ir mais longe.
Com as sessões de formação de Cidadania aprendi a respeitar o próximo tanto como a mim mesmo e aprendi a ter mais calma, dando mais importância a coisas em que até aqui não acreditava… Talvez por isso esta área me fascine tanto.
A minha participação na celebração do Dia da Europa
No dia 9 de Maio, Dia da Europa, houve uma sessão solene de entrega de diplomas, organizada pelo Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, na qual eu participei, apresentando uma pesquisa sobre Estado-Membro da União Europeia que realizei numa sessão de formação de Cidadania e Empregabilidade. Achei este dia muito engraçado, na medida em que tive de ler o meu texto sobre Malta perante algumas dezenas de pessoas que já terminaram o processo e que estavam ali para receber o seu certificado, tal como um dia irá acontecer comigo, já que espero concluir este processo com o mesmo êxito que elas.
Para mim esta participação foi muito gratificante, apesar do nervosismo, não só por estar a representar um país, como também por estar a aprender muita coisa nova, sobretudo com os outros participantes.
Achei esta iniciativa espantosa e espero que o Centro desenvolva mais iniciativas deste género no futuro.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
5 de Junho - Dia Mundial do Ambiente
Comemora-se no dia 5 de Junho, o dia Mundial do Ambiente, assinalando-se desta forma a data em que foi criado, em 1972, o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Contudo, 36 anos após essa iniciativa, há ainda muito a fazer para garantir o futuro deste planeta que, sobretudo nos últimos tempos, tem sofrido alterações a um ritmo alucinante.
Para assinalar este dia, o adulto Vítor Gomes, certificado a 5 de Junho com nível secundário, apresentou um Portefólio Reflexivo de Aprendizagem que, para além de transparecer as suas preocupações com o ambiente, constitui uma mensagem de alerta para a necessidade de reunirmos esforços que contribuam para o desenvolvimento sustentável do planeta e, por conseguinte, para a sua preservação. Assim, num globo terrestre construído pelo próprio, os continentes deram lugar a várias imagens que evidenciam algumas das consequências de um modelo de desenvolvimento que, erradamente, encarou a natureza como uma fonte de recursos inesgotáveis: alterações climáticas, extinção de espécie, crescimento demográfico, desenvolvimento de actividades industriais, avanço tecnológico, entre outras.
Mas as preocupações do adulto com o meio ambiente não se manifestaram apenas no exterior do PRA, tendo sido apresentado um projecto futuro de construção de uma moradia ecológica que contemplou os mais ínfimos pormenores, desde os materiais de construção aos equipamentos eléctricos, tudo a pensar em diminuir ao máximo os impactos ambientais.
Nos dias que correm, esta preocupação com a preservação do ambiente deveria ser palavra de ordem para todos, pois as sequelas deixadas pela intervenção humana estão à beira de provocar uma tragédia ecológica. Tudo indica que se esgotou o tempo para deixar a prevenção para amanhã, é preciso agir já!
Por: Andrea Gil, Formadora CLC
quarta-feira, 4 de junho de 2008
A beleza do nosso ser
Por vezes o necessário, leva-nos ao limite, leva-nos a exigir de nós próprios um esforço, um “supra – revelamento “ do que em nós existe e do que de nós existe para dar.
Ser profissional de RVCC é dar o possível e o impossível por uma causa, aliás, por várias causas que directa e indirectamente se vão tornando nossas, é contribuir do fundo das nossas capacidades para a valorização do outro, para o sucesso de um seu percurso de vida, para a elevação do seu potencial.
O RVCC é consequentemente, sobretudo para o nível básico, comparado a uma “papa instantânea” (e que me desculpem os que se deliciam com as respectivas), ou seja, comparado a uma troca por troca (de curriculum certificado). Parece-me de facto a constatação daqueles que nunca trabalharam ou que ignoram todo o esforço e funcionamento de um CNO.
Concordo que possa ser um processo relativamente fácil, para quem o leva a sério, para quem se entrega, para quem se aplica, para quem dá de si em troca de um “quase tudo”, do quase tudo com que um dia sonhou, mas refuto completamente a ideia de facilitismo atribuída a um processo pensado, reflectivo e bem organizado que restitui a muitos, que por algum motivo viram um sonho perder-se, de se realizarem em termos não só profissionais como também pessoais.
De facto não se dá tudo em troca de quase nada, reconhecem-se competências, exigem-se constatações, reflexões, sínteses, validam-se emoções mas sobretudo experiências de uma vida. Na escola da vida aprende-se muito, aliás é esta que nos vais transmitindo a grande parte do que sabemos e construindo a grande parte do que somos …o nosso trabalho é pois exigir dos adultos que demonstrem “preto no branco” o que de facto sabem e têm para nos dar.
Somos mediadores de um percurso transcrito para o papel, somos orientadores de ideias e ideais no âmbito deste processo, logo exigimos o melhor de todos os que em nós confiam.
Não somos profissionais porque tem de ser, somos profissionais porque faz sentido, porque só nos outros conseguimos rever as nossas faltas, somos profissionais e como tal não apenas nos limitamos ao óbvio, vamos mais além, lutamos por isso mesmo.
Não nos contentando com as avaliações depreciativas em redor de todo o processo de RVCC , sobretudo para o nível básico, apresentamos algumas evidências desse empenho. Como as palavras são como as cerejas e é o vento que as leva, fazemos votos de que as imagens que apresentamos sejam o reflexo mais que suficiente de um processo, não de um “processozito”.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Primeiro Júri de 2008 em Arruda dos Vinhos
O Dr. José Remédios, Avaliador Externo presente neste Júri, reforçou o seu papel neste processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências: muito mais do que de supervisor, destacou a importância do seu papel enquanto garantia para o adulto de que o seu processo individual é reconhecido e tudo foi feito em condições, e para a equipa técnico-pedagógica na medida em que o avaliador externo assegura a qualidade do seu trabalho, responsabilizando-se também.
Os adultos por sua vez testemunharam a sua própria experiência de vida, tão valiosa, sobretudo neste processo, já que nela se revelam os vários contextos em que desenvolveram as suas vastas e preciosas competências que viram neste Júri certificadas.
É importante frisar que os candidatos a um processo de RVCC entraram na vida activa com menos bases, pois abandonaram, por razões muito diversas (e todas elas legítimas, pelo que nunca deveriam nem deverão ser julgados por isso) o sistema de ensino e integraram o mercado de trabalho muito cedo. Dessa forma, aprenderam e desenvolveram competências às suas próprias custas, tendo sido por isso penalizados, sobretudo na integração no mercado de trabalho que nem sempre vê rostos nem competências, mas sim números e canudos.
O avaliador externo presente neste Júri sublinhou ainda que este processo não pode sequer ser comparado à escola, ou seja, ao ensino regular, portanto não pode ser avaliado/julgado pelos mesmos critérios. Assim, este processo é adequado aos adultos que não adquiriram competências dentro dos muros da “escola”, mas adquiriram-nas na conhecida “escola da vida”.
Portanto, o processo de RVCC é um processo de Justiça Social. Serve para estimular os adultos e fazê-los acreditar que são capazes, que têm competências e que podem ir mais longe, através do reconhecimento social e oficial que este processo garante, nomeadamente fazendo-os crer que muitos dos seus sonhos estão ao seu alcance. Os adultos que viram certificadas as suas competências de nível B3, equivalente ao 9º ano de escolaridade, neste Júri deixam assim de sentir esses bloqueios nas suas vidas e poderão partir para novos desafios, em pé de igualdade em relação a outros adultos que terão seguido percursos académicos diferentes.
Para a equipa técnico-pedagógica que acompanhou estes adultos (Profissional de RVC e Formadoras), o Júri de Certificação também tem uma grande importância pois corresponde ao momento em que os adultos de quem tanto nos orgulhamos e que tanto nos ensinam com as suas experiências de vida finalizam o processo que lhes dá o reconhecimento merecido por tudo o que valem. O melhor reconhecimento que podemos ter pelo nosso trabalho é a satisfação e a realização que vemos estampada nos vossos rostos em cada Júri de Certificação.
A todos vós um “Bem-Haja” por fazerem do nosso trabalho um trabalho tão gratificante!
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Dois anos a qualificar...
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Projecto Grundtvig "Empowerment Crossing Borders"
O Cento Novas Oportunidades Gustave Eiffel, através da parceria estabelecida com a Escola Intercultural das Profissões e do Desporto da Amadora, participa no Projecto Europeu Grundtvig "Empowerment Crossing Borders", cujo objectivo é a partilha de diferentes estratégias de promoção da igualdade de oportunidades, educação de adultos e de empowerment de grupos em risco de exclusão. Em conjunto com os parceiros nacionais, Escola das Profissões e Associação Unidos de Cabo Verde, a Directora do CNO, Dra. Rute Mendonça, representou Portugal no 2º Encontro do Projecto em Praga, República Checa, nos dias 14 a 16 de Maio. O Encontro foi organizado pela ONG People in Need que há mais de 15 anos actua em mais de 37 países fornecendo apoio humanitário e defendendo os direitos humanos e os valores da democracia. Na República Checa, esta ONG gere programas de integração de pessoas socialmente excluídas, fornecendo aconselhamento psicológico, social e vocacional, ao mesmo tempo que desenvolve programas de educação não formal para crianças, jovens e adultos. Para além desta ONG, os parceiros internacionais do projecto incluem: a Peabody Trust do Reino Unido, a APEA da França e a Cáritas da Polónia. A próxima visita está agendada para final de Novembro, na Amadora.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Júris de Certificação - Secundário
Nos passados dias 8 e 15 de Maio, decorreram mais duas sessões de Júri de Certificação de Nível Secundário nas instalações do Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, na Venda Nova, elevando assim para 24 o número de adultos que este ano já foi certificado com o Nível Secundário neste Centro.
Em cada uma das sessões, os adultos agora certificados apresentaram aos elementos do júri os seus Portefólios Reflexivos de Aprendizagens, evidenciando as competências adquiridas nas áreas de Cidadania e Profissionalidade, Sociedade, Tecnologia e Ciência e Cultura, Língua, Comunicação. Para além dos elogios tecidos à apresentação oral, em alguns casos acompanhada por suportes electrónicos, o júri também louvou a dedicação na elaboração dos portefólios, cujo resultado final permitiu documentar as aprendizagens realizadas ao longo da vida, constituindo-se, desse modo, um instrumento indispensável no reconhecimento das competências adquiridas em contextos formais, não formais e informais.
Ao terminar a sua prestação, a adulta Maria Helena Moreira referiu que a realização do Processo de RVCC foi uma oportunidade única para recordar pessoas, experiências de vida e acontecimentos já esquecidos. Nas suas palavras: “Valeu a pena o sacrifício e horas gastas neste portefólio que é, afinal de contas, uma pequena amostra da minha vida pessoal, profissional e social. O mais gratificante foi olhar para o passado e sentir que aprendi”. Esta afirmação transparece a tomada de consciência de que o candidato é participante activo na evidenciação das suas competências, sendo constantemente convidado a seleccionar experiências formadoras e a reflectir sobre elas.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
CNO assinala o Dia da Europa com Sessão Solene de Entrega de Diplomas do Básico
No passado dia 9 de Maio, a equipa do Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel (CNOGE) organizou uma sessão solene de entrega de diplomas a alguns adultos que já terminaram o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências de nível Básico.
Como forma de assinalar o Dia da Europa, no âmbito das áreas de Cidadania e Empregabilidade (nível Básico) e Cidadania e Profissionalidade (nível Secundário), alguns adultos que neste momento ainda frequentam o processo voluntariamente apresentaram um curto discurso sobre a União Europeia, dando voz a uma pesquisa por eles previamente elaborada sobre vários Estados Membros.
Assim, para o público presente esta sessão não representou apenas o momento em que receberam das mãos da Directora do CNOGE, Dra. Rute Mendonça, os seus merecidos diplomas, mas também a oportunidade de terem um contacto mais próximo com esta grande instituição que é a União Europeia.
Antes da entrega dos diplomas, a Dra. Rute Mendonça e o Director-Geral da Escola Profissional Gustave Eiffel, Dr. Adelino Serras, também presente nesta sessão solene, agradeceram a presença e elogiaram a prestação dos adultos que participaram com dinamismo e empenho na comemoração do Dia da Europa, pois dessa forma contribuíram para que esse dia não caísse no esquecimento do público presente. Reforçaram ainda a importância da União Europeia para o projecto das Novas Oportunidades, enquanto base do seu financiamento e desenvolvimento, de forma geral.
Por fim, congratularam os adultos certificados ali presentes para receberem os seus diplomas, que lhes reconhecem a conclusão do Ensino Básico com todo o mérito e justiça, destacando a importância de darem continuidade aos seus percursos formativos, com a mesma força de vontade com que aceitaram o desafio das Novas Oportunidades, para que Portugal seja um dia reconhecido na União Europeia como um país de cidadãos qualificados e competitivos.
por: Cláudia Vale, Formadora de LC/CE
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Primeiro Júri no novo Balcão de Atendimento em Ouressa
Os membros deste Júri de Certificação destacaram a importância deste processo não só para a vida de cada adulto, mas também para o progresso socio-económico do nosso país. Neste sentido, cada adulto que aceita e leva a bom porto o desafio que representa este processo está a participar e colaborar de forma única para o desenvolvimento de Portugal.
Portanto, bem hajam todos os nossos adultos pelo contributo que todos os dias dão para que os recursos humanos do nosso país no futuro sejam mais competitivos, por serem mais qualificados, mais valorizados e mais confiantes.
Deste Júri saíram de facto adultos mais motivados para a inserção no mercado de trabalho actual e para o investimento na sua própria formação académica e profissional, sendo que o processo ajudou-os a reconhecerem em si mesmos competências preciosas que tinham e desconheciam e a construírem percursos formativos mais sólidos para o seu futuro.
Novo Balcão de Atendimento em Ouressa
Tendo em conta o recente encerramento do Centro Novas Oportunidades da Santa Casa da Misericórdia de Sintra, e face ao número elevado de activos residentes neste município com reduzidas qualificações escolares e profissionais, que no entanto detêm conhecimentos e competências que podem ser reconhecidas e validadas, o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel tem o prazer de anunciar que no dia 1 de Fevereiro de 2008 abrimos um Posto de Atendimento Novas Oportunidades na freguesia de Algueirão – Mem Martins no. Este Posto funcionaem instalações próprias da Cooptécnica Gustave Eiffel, e tem a permanência de Profissionais de RVCC, Técnicos de Diagnóstico e Formadores para dar resposta às necessidades da população residente.
O Posto de Atendimento Novas Oportunidades funciona na Praceta Dr. Simplício Santos, Lote 3, Loja 2 em Mem Martins.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Entrega dos primeiros Diplomas do Básico no CME
A entrega teve lugar no auditório do Centro Militar de Electrónica, numa cerimónia oficial que contou com a presença do Sr. Comandante COR TM ENG Fernando Cunha dos Santos Pinto, da Directora do Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, Dra. Rute Mendonça, e respectivas responsáveis pelos níveis Básico e Secundário, bem como profissional de RVC e formadoras intervenientes no processo dos adultos hoje certificados.
Na cerimónia há a destacar os discursos proferidos quer pela Dra. Rute Mendonça quer pelo Sr. Comandante, que elogiaram a prestação dos adultos que terminaram o processo com sucesso, incentivando-os a dar continuidade aos seus respectivos percursos formativos.
A Dra. Rute Mendonça aproveitou para esclarecer o público presente no que diz respeito à forma como se processa o Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, realçando que este processo não se faz em 6 meses ou um ano, mas sim em muitos anos, tantos quantos forem os anos de experiência do adulto que se candidata a este processo.
O Sr. Comandante agradeceu ao Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, reconhecendo o mérito de toda a sua equipa, pelo seu bom desempenho, manifestando o seu interesse e predisposição para dar continuidade ao protocolo estabelecido.
Há ainda a referir o discurso proferido por um dos adultos certificados, que, ao fazer um balanço do processo de RVCC, destacou a sua importância para a realização pessoal daqueles que até agora sentiam como um estigma social o seu baixo nível de escolaridade, não menosprezando a mais-valia que esta certificação poderá representar também a nível profissional.
Seguiu-se uma visita ao Museu do Centro Militar de Electrónica, onde ressaltaram as afinidades entre o CME e a Cooptécnica, enquanto baluartes da tecnologia electrónica em Portugal, e depois um almoço nas próprias instalações do CME.
O Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel foi finalmente presenteado com um galhardete e com uma medalha comemorativa do dia e da acção desta parceria entre o CME e a Cooptécnica.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
CNO participa na Expo Amadora
A abertura oficial da Expo foi no dia 10 de Abril, pelas 15 horas, pela mão da Sra. Ministra da Educação que aproveitou a ocasião para saudar o esforço da organização do evento. A ocasião serviu também para serem entregues alguns certificados dos Centros Novas Oportunidades da Amadora. Assim, 20 adultos, certificados com os níveis básico e secundário pelo CNO Gustave Eiffel, receberam o seu diploma pela mão da Ministra, incluindo a Sra. Lai Peck Ho, cujo PRA se apresenta na foto.