quinta-feira, 26 de junho de 2008




Realizou-se no passado dia 18 de Junho o primeiro Júri de Certificação de nível Básico na Câmara Municipal de Odivelas. Nesta sessão esteve presente o Director Geral da Cooptécnica Gustave Eiffel, Eng. Adelino Serras, a Directora e a coordenadora do ensino básico do CNO Gustave Eiffel, Dr.ª Rute Mendonça e Dr.ª Maria João Caetano (respectivamente) e a Coordenadora da UNIVA da Câmara Municipal de Odivelas, a Dr.ª Paula Gama. A mesa de júri foi constituída pelo Avaliador Externo, Dr. José Remédios, o técnico de RVCC, Dr. José Gomes, a formadora de Linguagem e Comunicação e Cidadania e Empregabilidade, Dr.ª Cláudia Vale, e a formadora de Matemática para a Vida e Tecnologias de Informação e Comunicação, Dr.ª Carla Garcia.
Os adultos que foram certificados nesta sessão salientaram a importância do RVCC no seu percurso já que não conseguiram ao longo das suas vidas terminar a escolaridade obrigatória devido à inadaptação ao sistema de ensino ou por dificuldades diversas (económicas, familiares, pessoais, …). Referiram também que agora se sentem muito mais motivados para continuar a sua formação.
Os Portefólios Reflexivos de Aprendizagem levados a júri por estes adultos estavam muito bem apresentados evidenciando a capacidade reflexiva, para além de reunirem todas as evidências necessárias ao nível B3 (equivalência ao 9º ano de escolaridade). Há ainda a destacar a originalidade na escolha dos temas de vida que estes adultos pesquisaram e apresentaram.

Por: Carla Garcia,

Formadora MV/TIC

terça-feira, 24 de junho de 2008

Entrega de Certificados pelo Primeiro Ministro



No passado Domingo, dia 22 de Junho de 2008, a Escola Profissional Gustave Eiffel da Venda Nova acolheu o evento nacional de entrega do Computador Portátil n.º 200.000 do Programa E-Escola, que contou com a presença do Sr. Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, da Sra. Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues e do Primeiro Ministro, José Sócrates. O Programa E-Escolas, é de particular interesse para o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, uma vez que permite a todos os adultos que frequentam o Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, a aquisição de um computador portátil com acesso à internet através de banda larga a preços muito reduzidos.

Durante a cerimónia, foram entregues, pelas mãos dos representantes do Governo, 35 Diplomas de Ensino Básico e Secundário aos adultos que frequentaram o Processo de RVCC no Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel. A Ministra da Educação referiu-se no seu discurso à importância dos do Programa Novas Oportunidades e da Iniciativa E-Oportunidades na qualificação dos Portugueses e saudou a actuação da equipa deste CNO.

No seu discurso, José Socrates, referiu a importância do Programa Novas Oportunidades para a qualificação dos portugueses e salientou o contributo que as escolas profissionais têm no âmbito do mesmo. Ainda, referiu-se ao Plano Tecnológico e anunciou o alargamento da Iniciativa E-Escolas aos 7º, 8º e 9º anos de escolaridade.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Centro Militar de Electrónica


No passado dia 16 de Junho, estivemos presentes no Centro Militar de Electrónica em Paço d'Arcos para a Primeira Sessão do Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências de Nível Secundário, a decorrer nas instalações do CME, com militares e civis da unidade. No seu discurso de abertura o Comandante do CME enalteceu o empenho dos adultos que "aproveitaram esta oportunidade para melhorar as suas qualifificações".

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Como a sociedade vê a diferença e a deficiência


Olá! Eu chamo-me António José Rodrigues Coutinho, tenho 35 anos de idade. Vou falar-vos de um tema que está quase esquecido para a maior parte das pessoas, é um tema que tem gerado alguma polémica entre os cidadãos portugueses…

O tema sobre o qual vos quero falar é como a sociedade vê e aceita a diferença e a deficiência. Este tema é um tanto ou quanto controverso, isto porque a sociedade não está minimamente preparada para aceitar o deficiente, assim como marginaliza o mesmo, que acaba por ser vítima de discriminação por parte do cidadão dito “normal”. Gasta-se muito dinheiro em coisas que por vezes não se justificam, como a construção de estradas e outro tipo de coisas, mas esse próprio dinheiro poderia em parte ser investido na inserção do cidadão deficiente na sociedade…

Este tema também é um tanto ou quanto problemático na medida em que não lhe é dada a devida importância. O que mais me revolta contudo é a forma como a sociedade continua a ver o cidadão deficiente.

Muitas das vezes o cidadão portador de uma deficiência sente-se mal quando vai a passar na rua, mas não só, também quando se dirige a algum estabelecimento do Estado (e todos sabemos que um deficiente tem de percorrer várias instituições para reclamar os seus direitos), onde é tratado de forma desigual, como um “coitadinho” ou um “Zé Ninguém”.

É por isto que eu digo que o cidadão portador de deficiência é vítima de injustiças por parte da sociedade, sendo que ele mesmo se sente mal perante si próprio, ou seja, sente-se envergonhado de si.

Isto revolta-me pois a sociedade não vê com “bons olhos” o cidadão deficiente, vê-o ora com indiferença, ora com preconceito e excesso de condescendência, o que repugna, sobretudo porque já fui e continuo a ser vítima de tudo isto… cada vez que me dirijo a alguma repartição pública ou particular sinto-me mal porque muitas vezes deixam de atender a pessoa que está à minha frente para me atender a mim, ao mesmo tempo que oiço as pessoas na fila a comentarem “coitadinho daquele aleijadinho”… isso caí muito mal para a pessoa que tem a deficiência, nem imaginam o quanto magoa. Por vezes basta-me olhar para o ar de pena com que me observam para perceber o que vai na cabeça da pessoa…

Os deficientes precisam que a sociedade os olhe com outros olhos, com olhos de gente, e não com olhos de indiferença e injustiça.

Ainda digo mais: há quem ainda olhe para os deficientes como cidadãos de segunda e é dessa forma que os tratam…

Porque é que a Cidadania e Empregabilidade foi tão importante para mim neste processo…

A cidadania foi muito importante para mim neste processo de reconhecimento, validação e certificação de competências porque relembrei muitas coisas que são muito importantes no nosso quotidiano e na sociedade na qual estamos inseridos. Além de reaprender, também desenvolvi muitas das competências que já tinha, como o espírito de equipa, o trabalhar em grupo, o respeitar os diferentes pontos de vista, assim como desenvolvi um pouco a capacidade de concentração, com alguns dos exercícios que tinha de resolver… tudo isto foi muito gratificante para mim e para o futuro que me espera, pois deu-me mais segurança, mais firmeza.

Quero desde já referir uma coisa muito importante neste processo: fiz novas amizades, que vou prezar muito para o resto da minha vida. É também por elas que decidi escrever este texto, com tanta dedicação e empenho.

Aproveito também para tecer alguns elogios a esta equipa maravilhosa do Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, que me acompanhou neste processo, desde o início até ao fim, nomeadamente a Técnica Tânia Soares e as formadoras Cláudia Vale e Carla Garcia, que já fazem parte daquele que eu considero o meu leque de amizades. O meu bem-haja às três por me terem ajudado a chegar aqui, pois sem elas provavelmente eu teria desistido deste processo. Graças à força que me deram eu não abandonei este barco e todas as fases do processo foram muito produtivas para mim. Fizeram-me andar de cabeça bem levantada e acreditar que sou capaz de ir mais longe.

Com as sessões de formação de Cidadania aprendi a respeitar o próximo tanto como a mim mesmo e aprendi a ter mais calma, dando mais importância a coisas em que até aqui não acreditava… Talvez por isso esta área me fascine tanto.

A minha participação na celebração do Dia da Europa

No dia 9 de Maio, Dia da Europa, houve uma sessão solene de entrega de diplomas, organizada pelo Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel, na qual eu participei, apresentando uma pesquisa sobre Estado-Membro da União Europeia que realizei numa sessão de formação de Cidadania e Empregabilidade. Achei este dia muito engraçado, na medida em que tive de ler o meu texto sobre Malta perante algumas dezenas de pessoas que já terminaram o processo e que estavam ali para receber o seu certificado, tal como um dia irá acontecer comigo, já que espero concluir este processo com o mesmo êxito que elas.

Para mim esta participação foi muito gratificante, apesar do nervosismo, não só por estar a representar um país, como também por estar a aprender muita coisa nova, sobretudo com os outros participantes.

Achei esta iniciativa espantosa e espero que o Centro desenvolva mais iniciativas deste género no futuro.


Textos de: António José Rodrigues Coutinho,

Adulto Certificado com o Nível B3 (9º ano)

em 17/06/2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

5 de Junho - Dia Mundial do Ambiente




Comemora-se no dia 5 de Junho, o dia Mundial do Ambiente, assinalando-se desta forma a data em que foi criado, em 1972, o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Contudo, 36 anos após essa iniciativa, há ainda muito a fazer para garantir o futuro deste planeta que, sobretudo nos últimos tempos, tem sofrido alterações a um ritmo alucinante.

Para assinalar este dia, o adulto Vítor Gomes, certificado a 5 de Junho com nível secundário, apresentou um Portefólio Reflexivo de Aprendizagem que, para além de transparecer as suas preocupações com o ambiente, constitui uma mensagem de alerta para a necessidade de reunirmos esforços que contribuam para o desenvolvimento sustentável do planeta e, por conseguinte, para a sua preservação. Assim, num globo terrestre construído pelo próprio, os continentes deram lugar a várias imagens que evidenciam algumas das consequências de um modelo de desenvolvimento que, erradamente, encarou a natureza como uma fonte de recursos inesgotáveis: alterações climáticas, extinção de espécie, crescimento demográfico, desenvolvimento de actividades industriais, avanço tecnológico, entre outras.

Mas as preocupações do adulto com o meio ambiente não se manifestaram apenas no exterior do PRA, tendo sido apresentado um projecto futuro de construção de uma moradia ecológica que contemplou os mais ínfimos pormenores, desde os materiais de construção aos equipamentos eléctricos, tudo a pensar em diminuir ao máximo os impactos ambientais.

Nos dias que correm, esta preocupação com a preservação do ambiente deveria ser palavra de ordem para todos, pois as sequelas deixadas pela intervenção humana estão à beira de provocar uma tragédia ecológica. Tudo indica que se esgotou o tempo para deixar a prevenção para amanhã, é preciso agir já!

Por: Andrea Gil, Formadora CLC

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A beleza do nosso ser




A beleza do nosso ser, dizem os mais sábios, revela-se na beleza das nossas obras e actos, revela-se no mais simples mas pensado pormenor que envolve toda a nossa existência, revela-se em cada pessoa como ser único dotado, de saber, de capacidade e de competência.
Por vezes o necessário, leva-nos ao limite, leva-nos a exigir de nós próprios um esforço, um “supra – revelamento “ do que em nós existe e do que de nós existe para dar.
Ser profissional de RVCC é dar o possível e o impossível por uma causa, aliás, por várias causas que directa e indirectamente se vão tornando nossas, é contribuir do fundo das nossas capacidades para a valorização do outro, para o sucesso de um seu percurso de vida, para a elevação do seu potencial.
O RVCC é consequentemente, sobretudo para o nível básico, comparado a uma “papa instantânea” (e que me desculpem os que se deliciam com as respectivas), ou seja, comparado a uma troca por troca (de curriculum certificado). Parece-me de facto a constatação daqueles que nunca trabalharam ou que ignoram todo o esforço e funcionamento de um CNO.
Concordo que possa ser um processo relativamente fácil, para quem o leva a sério, para quem se entrega, para quem se aplica, para quem dá de si em troca de um “quase tudo”, do quase tudo com que um dia sonhou, mas refuto completamente a ideia de facilitismo atribuída a um processo pensado, reflectivo e bem organizado que restitui a muitos, que por algum motivo viram um sonho perder-se, de se realizarem em termos não só profissionais como também pessoais.
De facto não se dá tudo em troca de quase nada, reconhecem-se competências, exigem-se constatações, reflexões, sínteses, validam-se emoções mas sobretudo experiências de uma vida. Na escola da vida aprende-se muito, aliás é esta que nos vais transmitindo a grande parte do que sabemos e construindo a grande parte do que somos …o nosso trabalho é pois exigir dos adultos que demonstrem “preto no branco” o que de facto sabem e têm para nos dar.
Somos mediadores de um percurso transcrito para o papel, somos orientadores de ideias e ideais no âmbito deste processo, logo exigimos o melhor de todos os que em nós confiam.
Não somos profissionais porque tem de ser, somos profissionais porque faz sentido, porque só nos outros conseguimos rever as nossas faltas, somos profissionais e como tal não apenas nos limitamos ao óbvio, vamos mais além, lutamos por isso mesmo.
Não nos contentando com as avaliações depreciativas em redor de todo o processo de RVCC , sobretudo para o nível básico, apresentamos algumas evidências desse empenho. Como as palavras são como as cerejas e é o vento que as leva, fazemos votos de que as imagens que apresentamos sejam o reflexo mais que suficiente de um processo, não de um “processozito”.
Por: Maria Goréti Carvalho,
Profissional RVCC - Básico


segunda-feira, 2 de junho de 2008

Primeiro Júri de 2008 em Arruda dos Vinhos



Ninguém está fora do prazo de validade para estudar e investir na sua formação…” Foi esta a mensagem que fez eco no primeiro Júri de Certificação de nível Básico em Arruda dos Vinhos, que se realizou no passado dia 28 de Maio, de acordo com o protocolo existente entre a Câmara Municipal do respectivo concelho e o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel.
O Dr. José Remédios, Avaliador Externo presente neste Júri, reforçou o seu papel neste processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências: muito mais do que de supervisor, destacou a importância do seu papel enquanto garantia para o adulto de que o seu processo individual é reconhecido e tudo foi feito em condições, e para a equipa técnico-pedagógica na medida em que o avaliador externo assegura a qualidade do seu trabalho, responsabilizando-se também.
Os adultos por sua vez testemunharam a sua própria experiência de vida, tão valiosa, sobretudo neste processo, já que nela se revelam os vários contextos em que desenvolveram as suas vastas e preciosas competências que viram neste Júri certificadas.
É importante frisar que os candidatos a um processo de RVCC entraram na vida activa com menos bases, pois abandonaram, por razões muito diversas (e todas elas legítimas, pelo que nunca deveriam nem deverão ser julgados por isso) o sistema de ensino e integraram o mercado de trabalho muito cedo. Dessa forma, aprenderam e desenvolveram competências às suas próprias custas, tendo sido por isso penalizados, sobretudo na integração no mercado de trabalho que nem sempre vê rostos nem competências, mas sim números e canudos.
O avaliador externo presente neste Júri sublinhou ainda que este processo não pode sequer ser comparado à escola, ou seja, ao ensino regular, portanto não pode ser avaliado/julgado pelos mesmos critérios. Assim, este processo é adequado aos adultos que não adquiriram competências dentro dos muros da “escola”, mas adquiriram-nas na conhecida “escola da vida”.

Portanto, o processo de RVCC é um processo de Justiça Social. Serve para estimular os adultos e fazê-los acreditar que são capazes, que têm competências e que podem ir mais longe, através do reconhecimento social e oficial que este processo garante, nomeadamente fazendo-os crer que muitos dos seus sonhos estão ao seu alcance. Os adultos que viram certificadas as suas competências de nível B3, equivalente ao 9º ano de escolaridade, neste Júri deixam assim de sentir esses bloqueios nas suas vidas e poderão partir para novos desafios, em pé de igualdade em relação a outros adultos que terão seguido percursos académicos diferentes.
Para a equipa técnico-pedagógica que acompanhou estes adultos (Profissional de RVC e Formadoras), o Júri de Certificação também tem uma grande importância pois corresponde ao momento em que os adultos de quem tanto nos orgulhamos e que tanto nos ensinam com as suas experiências de vida finalizam o processo que lhes dá o reconhecimento merecido por tudo o que valem. O melhor reconhecimento que podemos ter pelo nosso trabalho é a satisfação e a realização que vemos estampada nos vossos rostos em cada Júri de Certificação.
A todos vós um “Bem-Haja” por fazerem do nosso trabalho um trabalho tão gratificante!



Por: Cláudia Vale, Formadora de LC/CE