sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dar voz aos nossos adultos...

Ontem ao ouvir os adultos levados a Júri pensei que chegara o momento de dar-lhes um pouco mais de voz neste nosso blog, por isso fui recolhendo algumas das suas afirmações para poder dar a conhecer a todos quantos ainda desconhecem a nossa missão enquanto profissionais dos Centros Novas Oportunidades. Afinal de contas, quem melhor do que os nossos adultos para testemunharem por este processo de reconhecimento?
Eis algumas das frases por eles proferidas…

“Muitas pessoas me disseram que não valia a pena vir fazer o processo, mas eu, como gosto de desafios, decidi apostar nisto e agora para essas pessoas eu tenho o meu Portefólio Reflexivo de Aprendizagem que comprova o meu esforço mas também o meu valor.”
(Ana Isabel dos Santos)

“As pessoas são válidas até quererem.”
(Fernando Soares)

“Dizer que não sei, responder a alguém que não posso ajudar, não é para mim, por isso tive de ir aprendendo ao longo da minha experiência, para poder estar sempre à altura dessas exigências. Graças a isso passei todos os testes, mas não fui aceite para frequentar uma formação porque não tinha a escolaridade necessária. Tenho uma porta entreaberta, falta-me escancará-la, talvez isso agora aconteça com o 9º ano.”
(Filipe Pereira)

“Vim fazer este processo apenas por uma questão de valorização pessoal, porque felizmente os meus superiores conhecem bem as minhas capacidades e sabem do que eu sou capaz.”
(José Basílio)

“Sempre me disseram que eu tinha dificuldades de aprendizagem, por isso acabei por desistir da escola e comecei a trabalhar. A construção deste Portefólio deu-me muito trabalho, mas também me valorizou, porque aprendi coisas novas e percebi que talvez tenha mais valor do que julgava.”
(Bruno Roldão)

De uma forma geral todos estes adultos destacaram a importância que teve a Profissional de RVC, pela forma como os motivou e encorajou, para que os sentimentos mais derrotistas, que em certos momentos os invadiram, não os demovessem deste processo.
Para nós, membros deste Júri, é com orgulho e muita serenidade que certificamos as competências destes adultos (e de todos os outros a quem não demos voz neste blog), com uma equivalência mais que justa ao 9º ano de escolaridade, a qual lhes permitirá certamente agora desbloquear as suas vidas aos mais diversos níveis, dependendo das suas expectativas individuais.
O que sentimos verdadeiramente é que ontem os libertámos de qualquer coisa que até aqui os impedia de prosseguir com muitos dos seus sonhos… E isso é, sem dúvida, uma grande recompensa pelo nosso trabalho, porque a nós incumbe-nos uma missão, bastante elevada, de fazer dos nossos cidadãos, cidadãos mais plenos.
Por: Cláudia Vale
Formadora LC/CE
CNO GE Amadora

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Cursos EFA abrem na EP Gustave Eiffel

Aproveitamos para divulgar a oferta de Cursos de Educação e Formação de Adultos da Escola Profissional Gustave Eiffel:


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Video do 2º Aniversário do CNO Gustave Eiffel - Amadora

Na altura do segundo aniversário do CNO Gustave Eiffel - Amadora, tínhamos preparado este vídeo para a Feira realizada na Amadora.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A Filosofia no Processo de RVCC


Para quem pensa que a filosofia é só para académicos, engana-se.
Em toda a minha existência sempre me deparei com duas expressões tipo: "A filosofia não serve para nada!" ou "A filosofia está sempre presente no nosso dia-a-dia."


Na verdade, hoje em dia também tenho a minha opinião, nomeadamente desde que trabalho como formadora de Cidadania e Profissionalidade no Processo de RVCC.



Sem tocar em filosofias e filósofos, a filosofia vem até mim através de pessoas experientes em que a sua escola foi a vida. Aquando confrontadas com a palavra filosofia, só exclamam: “Por favor, isso não!”. Na realidade têm razão, a filosofia não passa de um bicéfalo, algo intocável, inatingível, e num mundo cada vez mais competitivo como o nosso, será que a filosofia serve realmente para alguma coisa?



Mas a posteriori, o que venho a constatar é que é pela mão dos meus Adultos que a filosofia chega novamente até mim. Quando os confronto com as competências que adquiriram ao longo das suas vidas as respostas são: “Eu não aprendi nada!”; “Eu não sei nada!”; “Eu exerço a mesma profissão há vinte anos!”, neste momento sou tentada a realizar uma comparação. Apesar de catalogarem-se de desconhecedores, a sabedoria está em todos eles, grandes sábios com tanto para nos ensinar. Faz lembrar o velho lema de Sócrates “Só sei que nada sei!”.



Cada Portefólio, cada Autobiografia, estão carregados de reflexões filosóficas, com as quais eu me deleito enquanto vagueio pelas suas histórias de vida. Deparando-me com reflexões éticas, às quais Aristóteles, Kant, Stuart Mill, entre outros, ficariam boquiabertos.



Uma das questões que é constantemente abordada é a questão da moral. Como se encontra a moral nos dias de hoje? Constatamos que os valores são mutáveis, mas quererá isto dizer que a moral acabou? Esta é uma questão pertinente pois, para muitos a moral acabou, mas na realidade, o que verifico junto dos meus Adultos é que estamos numa época em que a vida social está em rápida mutação, em que a transformação dos costumes é acelerada. A moral não acabou, as normas tradicionais é que caíram em desuso. Pois se a moral consiste em sermos uns com os outros, só somos sujeitos morais, quando estamos atentos à alteridade (aos outros). Temos de abraçar os outros (humanos, animais, ambiente), pois são estes que nos permitem assumir a nossa dignidade enquanto pessoas. A pessoa constrói-se na relação de reciprocidade, de intercâmbio de ideias, de valores, e de experiências. E isto ainda não acabou… Aliás, atrevo-me a dizer que isto é o RVCC.



Eu, com os “meus outros” (Adultos) tenho aprendido que “a filosofia não é um longo rio tranquilo onde cada um pode pescar à linha a sua verdade. É um mar no qual mil ondas se confrontam, onde mil correntes se opõem, se encontram, às vezes se misturam, se separam e se voltam a encontrar, opondo-se de novo… Cada um navega como pode e é a isso que chamamos filosofar.” Afinal, a filosofia não é mais do que a vida…


Texto de Mara Vagos


Formadora de CP


CNO Gustave Eiffel - AMADORA


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Enfim de volta ao trabalho!

Hoje é dia de regresso em força ao trabalho neste Centro Novas Oportunidades, por isso aproveito para reflectir sobre o trabalho a desenvolver no último quadrimestre de 2008:
Em primeiro lugar, é necessário dar as boas vindas e apoiar aos novos colegas que hoje iniciam a sua carreira no âmbito do programa Novas Oportunidades. Abrem hoje novos Centros, os quais esperávamos ansiosamente pois eles vão contribuir para o estreitamento das relações da rede Novas Oportunidades, contribuindo para um crescimento quantitativo e qualitativo do programa. Também hoje o Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel da Amadora recebe novos elementos de equipa aos quais procuraremos fornecer toda a formação necessária, esclarecer dúvidas, esperamos discutir boas práticas, ouvir sugestões de melhoria e minorar medos e ansiedades. Bem-vindos!
Depois, é necessário avaliar e reflectir sobre o impacto da acção desenvolvida pelo Centro Novas Oportunidades Gustave Eiffel nos primeiros oito meses do ano, com o intuito de melhorar a qualidade do serviço prestado à comunidade, corrigindo os erros do passado e retomando uma imagem de credibilidade e segurança para os adultos.
Finalmente mas não menos importante, é preciso pensar como cada um de nós, equipa, pode melhorar a experiência de cada adulto que recorre ao Centro Novas Oportunidades e contribuir para a sua valorização pessoal e profissional, construindo com cada um o seu percurso de qualificação de sucesso. Devemos mobilizar a energia captada durante as férias, arregaçar as mangas e, com a certeza de que contribuímos para uma sociedade mais justa, pôr as mãos ao trabalho!
Rute Mendonça
Directora
CNO Gustave Eiffel - AMADORA